Coração fora do corpo ?!

Não sei quem é o dono da frase que “ser mãe e ver o coração bater fora do corpo”. De qualquer forma, hoje consigo entender um pouco o que significa isso. O Gabriel está a alguns dias com uma febre que não quer ir embora. Provavelmente não seja nada demais – talvez uma virose, talvez pneumonia…-, mas a sensação que tenho é a de que meu coração está fora do corpo. O instinto me leva a pular a cada resmungada dele, a dormir apenas quando ele dorme, a voltar correndo prá casa e a ansiar para que os remédios façam efeito rápido, para que possamos ter o sorriso dele de volta…

Isso me faz pensar nas mães que perderam seus filhos, alguns precocemente, outros mais tarde… A alguns dias eu e meu esposo fomos ao velório do filho de uma conhecida – um rapaz de vinte e poucos anos que sofreu um acidente de carro. Quando abracei aquela mulher, mal consegui manifestar meu pesar. Desejei FORÇA…foi a única palavra que consegui dizer. Logo depois, caí no choro como se fosse da família… Houveram  outros velórios sequer tive coragem de ir…

Admiro muito as mães que conseguem carregar este tipo de cruz. Talvez eu seja muito covarde, pois diante de uma situação dessas, sei lá, acho que meu coração, que já não habita mais o meu corpo, pararia de bater também.

2 Comentários (+adicionar seu?)

  1. Mary
    nov 29, 2010 @ 23:21:54

    Vi a Adriane Galisteu falando isso, sobre “o coração fora do corpo”.

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  2. Meire
    nov 30, 2010 @ 03:17:56

    Li e reli o texto, difícil comentar algo tão forte quanto a dor do luto das mães.
    http://www.youtube.com/view_play_list?p=5474D50F9AE80BFB
    Esse testemunho tem alguns anos, mas ainda choro quando ouço dois pais que de formas diferentes derramaram suas almas: um através de palavras, o outro através do seu saxofone.
    O Alexandre Malaquias, acho que você o conhece, perdeu seu filho repentinamente, e vê-lo tocar e chorar, chorar e tocar, traduz sentimentos que nunca quero viver.

    Oramos pelo Gabriel e por vocês, eu e o Elias sofremos um bocado quando a Ester esteve internada. Acho que nem na época da morte do meu sogro vi o Elias tão abatido…

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